sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Natal.

Nasceu.
Foi numa cama de folhelho
entre lençóis de estopa suja
num pardieiro velho.
Trinta horas depois a mãe pegou na enxada
e foi roçar nas bordas dos caminhos
manadas de ervas
para a ovelha triste.
E a criança ficou no pardieiro
só com o fumo negro das paredes
e o crepitar do fogo,
enroscada num cesto vindimeiro,
que não havia berço
naquela casa.
E ninguém conta a história do menino
que não teve
nem magos a adorá-lo,
nem vacas a aquecê-lo,
mas que há-de ter
muitos Reis da Judeia a persegui-lo;
que não terá coroas de espinhos
mas coroa de baionetas
postas até ao fundo
do seu corpo.
Ninguém há-de contar a história do menino.
Ninguém lhe vai chamar o Salvador do Mundo.

Álvaro Feijó

6 comentários:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Um Feliz Natal para vós, António

Um beijinho

Ana Pereira

Fernando Andrade. disse...

Lindo, António.
Boas Festas.

ana paula pinto disse...

Feliz Natal para o meu amigo das palavras bonitas, das grandes corridas e das princesas simpáticas:-)

Um beijinhos para ti, a Isabel e a Vitória.

CORRIDA SEM LIMITES disse...

QUE A LUZ DO NASCIMENTO DE JESUS,
ILUMINE SEU NATAL E SEU CAMINHO.

QUE EM 2012 SEJA REPLETO DE SAÚDE PARA
PERCORRER MUITOS KM E ALCANÇAR
TODOS OS SEUS OBJETIVOS.

CRIS & OLIVEIRA

joaquim adelino disse...

Boas Festas caro amigo na companhia da família e amigos. Abraço.

Unknown disse...

Chegam tarde.. Boas festas