quinta-feira, 30 de outubro de 2008

5ª Maratona do Porto (II - Palavras, "1ª parte").

No passado domingo participei na 5ª Maratona do Porto na que foi a minha estreia na mítica distância dos 42,195 km.
Cortei a linha de chegada de mão dada com a minha menina de ouro depois de 4h06’33’’ de corrida.
Atingi pois o objectivo a que me propus quando iniciei a minha preparação para a prova em Agosto passado (a conclusão da prova, embora confesse que estava convencido que o fazia em menos de 4 horas) e desfrutando da prova (o que consegui plenamente).

O dia antes - começou bem cedo o dia de sábado, às 8h15 já estávamos no campo Grande em Lisboa, local donde partiu o autocarro da organização da prova (destinado ao transporte dos atletas e que contou com a preciosa coordenação da Ana Pereira) no qual viajámos para a cidade do Porto.
À hora prevista (8h30) o autocarro partiu pois rumo à Invicta, com uma paragem pelo caminho e já no Porto indo directamente para o Pavilhão Rosa Mota, local onde decorreu a feira da maratona.
No local pudemos levantar os dorsais, visitar os vários stands presentes na feira e almoçar (decorreu uma belíssima “pasta party” das 13h às 16h), já depois do almoço tivemos a ocasião e o prazer de falar durante algum tempo com uma grande senhora de seu nome Analice Silva, atleta sobejamente conhecida e com um currículo desportivo invejável.
À hora combinada (15h30) o mesmo autocarro levou-nos ao hotel Mercure Gaia (patrocinador da prova), hotel onde ficamos alojados, tendo já ao final do dia saindo do mesmo para ir jantar, o que fizemos no Arrábida Shopping aproveitando a proximidade daquele espaço comercial em relação ao nosso local de alojamento.
Já de novo no hotel ainda tempo para algumas actividades com a Vitória até à hora de nos deitarmos o que fizemos relativamente cedo e não sem que antes eu acerta-se os relógios para a hora de Inverno.
O sono não demorou muito a chegar para qualquer um de nós os 3, afinal o dia tinha começado bem cedo.

O dia da prova (até à hora da partida) - depois de uma noite em que acordei várias vezes durante a mesma levantei-me por volta das 5h45, de véspera tinha combinado com a Isabel que iria tomar o pequeno-almoço logo às seis da manhã (o hotel disponibilizou o serviço de pequeno-almoço a partir dessa hora) mas a Isabel acabou por se levantar pouco depois de mim e não faltou muito para que também a Vitória estivesse acordada, pelo que acabamos por ir todos juntos tomar o pequeno-almoço.
Na sala já alguns dos quenianos que horas depois dominariam a seu “bel-prazer” a prova tomavam também o pequeno-almoço. Também por lá já estavam o Fernando Andrade e o Manuel Faísca e muitos dos dinamarqueses que também tinham ficado alojados no hotel.
Foi um pequeno-almoço calmo e relaxante que o tempo dava para isso, pois os 2 autocarros que nos transportariam para o local de partida tinham como hora prevista de saída as 7h30.
Foi uma curta e rápida viagem (com direito a batedores da polícia) e na qual viajaram os participantes na prova que tinham ficado instalados no hotel Mercure Gaia, a “legião africana”, elementos da Runporto, elementos da organização da maratona de Madrid, o “nosso” 1º campeão olímpico Carlos Lopes e esposa, o grupo de dinamarqueses (bastante numeroso) e os elementos do nosso grupo que de véspera tínhamos viajado de Lisboa.
Chegámos pois cedo ao local de partida onde aquela hora eram ainda pouquíssimas as pessoas, no local numa tenda montada para o efeito era disponibilizado café e chá aos participantes da prova, claro que aproveitamos mais este “mimo” da organização da prova, o qual nos soube mesmo muito bem.
Iniciava-se o período de espera até à hora da partida, com muita conversa à mistura, tema central da conversa, a maratona é claro.
O Fernando Andrade, como cidadão de corrida responsável e atento, procurava sensibilizar-me para a estratégia e andamentos a impor durante a prova, eu ia ouvindo mas parecia-me “areia a mais para a minha camioneta”, da minha parte ia retorquindo que era a primeira maratona, falava dos “reduzidos” 3 treinos semanais e da minha média de 50 quilómetros por semana. A Ana Pereira e o Manuel Faísca iam também participando na conversa.
Por esta altura chegou o Miguel Paiva (e o seu irmão), atleta também estreante na mítica distância e com quem travei conhecimento na blogosfera mas que não tinha o prazer de conhecer pessoalmente.
Apresentações feitas (pessoalmente só a Ana e o Miguel é que se conheciam) seguiram-se algumas fotos para mais tarde recordar (onde é que eu já ouvi isto?).
O tema da conversa continuava a ser a maratona, agora mais entre mim e o Miguel Paiva, já que entretanto o Fernando Andrade e o Manuel Faísca tinham indo tratar de enviar os seus fatos de treino (a organização disponibilizou um serviço de transporte da roupa dos atletas da zona de partida para a de chegada).
Mais tarde chegaria outro estreante na maratona, o Luís Mota e a sua simpática família, mais fotos e mais conversa, o tema claro continuava o mesmo, a maratona.
Recordo-me de procurar as horas à Isabel numa altura que o Miguel Paiva e o seu companheiro de treinos (que entretanto também se tinha juntado a nós) já tinham seguido para o aquecimento, bem como o Luís Mota.
Restavam agora dos companheiros da última hora e meia apenas os participantes na caminhada.
Tratei de me despedir das minhas meninas e seguir calmamente para o local de partida reservado aos maratonistas.
Enquanto o fazia ia-me apercebendo de que no local estavam milhares de pessoas (já quase todas posicionadas nas respectivas zonas de partida), os participantes nas duas provas complementares (“Family Race” e “Run Race”) que tiveram início à mesma hora da maratona.
Já na zona de partida reservada aos maratonistas recordo-me de ouvir anunciar que faltavam 4 minutos para a partida, de sentir a tensão do momento, de ouvir falar a Vanessa Fernandes e o Carlos Lopes, de olhar os atletas em meu redor, de ver o sorridente Venceslau Fernandes, o pai da Vanessa que com o seu dorsal “VIP” estava também ele na cauda da partida dos maratonistas.
Recordo-me de sentir (e comprovar) a frequência cardíaca a subir em flecha, de tentar controlar a ansiedade, de ouvir o barulho do helicóptero, de ouvir anunciar que estava na rua a 5ª maratona do Porto, de seguir a passo até passar a linha da partida, de colocar os minutos a correrem, de eu próprio começar a correr…
[continua]

6 comentários:

luis mota disse...

Palavras d` Ouro para sempre recordar,
Luís Mota

Rodrigo disse...

Você captou bem o espírito da maratona, aguardo ansioso o resto do relato.

Anónimo disse...

Já tinha vindo ver como teria corrido a prova. E que prova! É mesmo uma distância mítica, António. Depois de tantas e tantas palavras de elogio, os meus parabéns não terão grande importância, mas...

PARABÉNS! Creio, sinceramente, que foi um homem feliz. Poderia haver melhor recompensa que passar a meta com a mão da Vitória? O António correu, mas outros corações e outras vontades correram consigo. É isto que eu acho extraordinário num desporto (aparentemente) individual. A vitória é sempre de mais alguém...
Beijinho grande ao "vizinho" e à sua "equipa" apoiante:))
Paula

Anónimo disse...

Caro António
Que impressionante relato inicial, viveu muito intensamente os momentos iniciais da Maratona, deu para vibrar aquele momento que é único e que por ser o primeiro jamais o irá esquecer.
Dei uma olhada no meu blog e lá estavam as suas palavras amigas que agradeço. Fiquei muito satisfeito por tudo correr bem aos nossos amigos bloguistas que participaram na Maratona.
Talvez nos encontremos na Amadora(2/11), Nazaré (9/11) ou Ribafria (16/11).
Até lá receba um abraço

Anónimo disse...

Caro António,
Mais uma vez parabéns pela Maratona. Agora fico à espera do relato da prova. O António escreve muito bem, parabéns tambem por isso

Anónimo disse...

Olá António, antes de mais os meus parabéns pela maratona e pelo excelente texto aqui escrito.
Além disso, é ainda com mais prazer que leio toda a sua felicidade, uma vez que fui voluntária nessa mesma maratona e encarreguei-me, assim como outras colegas, de ir buscar e ir levar os maratonistas ao hotel Mercure, quero dizer que, provavelmente, nos cruzamos. Além disso, é sempre agradável ouvir alguém dizer tão bem da organização onde nós mesmos participamos.
Mas, o mais importante disto tudo, é felicita-lo pela grande prova que fez e pelo momento que concretizou. Sei bem como é dificil o que fez e como só com muita força de vontade é que se consegue. Os meus parabéns e espero ler a continuação.