sexta-feira, 31 de outubro de 2008

5ª Maratona do Porto (II – Palavras, “2ª parte”).

O dia da prova (da partida à meia-maratona) - Quase que nem me parecia real que já estava a correr a minha 1ª maratona, mas estava e desta vez não era em sonho (sonhei várias vezes durante as últimas semanas que estava a correr a maratona, curiosamente via-me sempre na partida e a começar a correr), também pela primeira vez corria na “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto”, uma cidade onde eu e a minha querida Isabel durante alguns anos “corremos” atrás de um outro sonho, cidade que para nós os dois ainda “mexe” muito com sentimentos e emoções que lá vivemos.
Já na Rotunda da Boavista, ainda numa fase em que ansiava desesperadamente por ver os números que assinalavam a frequência cardíaca começarem a baixar e em que ainda seguíamos quase em pelotão compacto, um companheiro reconheceu-me (disse-me depois ter sido pelo blogue) e cumprimentou-me, chama-se Alberto Bastos, leva já 18 anos de atletismo e estava a correr a sua 2ª maratona.
Após algumas breves palavras, eu que na altura estava a passar a fase que viria a ser a pior em toda a minha prova, disse-lhe para ele seguir no seu andamento.
Continuei a correr, sempre no meio de muita gente, a Casa da Música e o Estádio do Bessa já tinham ficado para trás, eu começava finalmente a sentir-me bem, na zona do 2º abastecimento (já tinha havido um aos 2,5 km) recebi a minha primeira garrafa de água e fui bebendo enquanto continuei calmamente a correr.
Tinha planeado (seguindo o que também tinha feito nos meus treinos) que em relação à minha hidratação durante a prova beberia água nos abastecimentos existentes de 5 em 5 quilómetros e não o faria nos abastecimentos intermédios. Previamente também tinha decidido dispensar as bebidas isotónicas durante a prova. Em relação aos sólidos também estava previamente decidido, barra energética de hora a hora e em princípio alguns dos abastecimentos existentes ao longo do percurso (fruta).
A dada altura passou ao nosso lado esquerdo uma mota (com uma caixa vermelha atrás, tipo mota das “pizzas”), ainda pensei que eram abastecimentos volantes, da parte da organização (que esteve a todos os níveis excelente) já nada me surpreendia, depois reparei melhor e afinal tratava-se de uma mota de assistência médica.
Pouco depois passámos pela zona de chegada, um elemento da organização ia repetindo que os participantes da prova dos 6 quilómetros se deveriam encostar à direita, dos que corriam perto de mim poucos o fizeram e quase todos seguiram em frente. Olhei algumas dessas pessoas, pelos dorsais (os maratonistas tiveram o nome no dorsal) vi que a grande maioria eram participantes da prova complementar de 14 quilómetros (Family Race) cujos dorsais tinham números como habitualmente.
Ia ouvindo alguns incentivos da parte de algumas pessoas e junto com os incentivos, de vez em quando ia ouvindo também o meu nome (umas vezes António, outras vezes Almeida).
Mais tarde foi a minha vez de alcançar o Alberto Bastos e de puxar conversa com ele.
Seguíamos numa parte do percurso já só para os maratonistas já que os participantes da “Family Race”, uma vez chegados ao ponto de retorno da respectiva prova, tinham deixado de nos fazer companhia.
Perto de nós seguiu durante algum tempo a Célia Azenha, atleta de longas distâncias sobejamente conhecida no pelotão, atleta com quem ainda conversamos um pouco, mas que foi ficando para trás.
Eu ia apreciando o percurso deslumbrante e conversando com o Alberto Bastos, entretanto tínhamos passado a zona de abastecimento dos 15 quilómetros, também passado por uma zona de animação musical da prova e chegado à zona do túnel da Ribeira.
Já na passagem para o lado de Gaia vi passar o Luís Mota que já voltava da Afurada, dei-lhe um grito de incentivo e comentei que o Luís ia muito bem.
Nós continuamos a correr enquanto íamos vendo passar em sentido contrário os atletas que já estavam de regresso da Afurada, no meio de um dos grupos descortino o Fernando Andrade e algum tempo depois cruzámo-nos com o Miguel Paiva e trocámos palavras de incentivo.
Já com mais de 2 horas de corrida chegámos à Afurada, ponto de passagem da meia-maratona e de retorno, disse na altura ao Alberto Bastos que esta (a maratona) estava feita, que já só faltava menos de metade.
[continua]

2 comentários:

Unknown disse...

Ai António, depois de ler o teu blog e do Luís, vontade também fazer uma maratona

luis mota disse...

Olá António!
Para o ano temos de Voltar ao Porto.