sábado, 14 de maio de 2011

101 km de Ronda 2011 (1ª parte).


À partida para a 1ª vez acima dos 100 quilómetros e face aos contratempos que senti durante a preparação que efectuei já nem era a distância o que eu mais receava, era de que os joelhos me pregassem alguma partida como tinham feito nessa fase menos boa dos meus treinos para Ronda.
Consciente que estava da minha falta de tarimba na distância bem como que a preparação não tinha sido a por mim idealizada (e mesmo essa apenas com o objectivo principal de terminar) sabia o quanto importante era correr com cabeça.
Tinha como primeiro e principal objectivo o de terminar a prova, se as coisas me corressem bem como esperava "sonhava" ser possível terminar ainda no dia 7 de maio (com um tempo a rondar as 13 horas), tinha-o dito à Isabel, companheira e confidente primeira deste caminho com final feliz.
Se o primeiro objectivo foi facilmente conseguido já o segundo ficou bem longe de o ser, apesar disso fiquei imensamente feliz por ter conseguido terminar e bem.
À partida tinha delineado algumas normas que pretendia seguir à risca durante a prova, começar bem lento, ter sempre presente a necessidade de hidratar e de comer (alimentos) durante toda a prova, fazer todas as subidas por pequenas que fossem a caminhar, normas também elas já por mim exercitadas em alguns dos meus treinos e competições em que participei no caminho para Ronda.
De véspera e face à presença da claque de apoio do pessoal do autocarro do "Mundo da Corrida" em Setenil sensivelmente até às 18 horas tornou-se quase obrigatório chegar a esse ponto antes dessa hora, com isso era certo também que conseguiria chegar ao quartel ainda de dia, aí chegado contava parar o tempo necessário para trocar de roupa e comer, a partir do quartel esperava ainda conseguir correr assim o terreno o permitisse.
Na prática constatei que foram boas previsões as que tinha feito sendo que apenas na fase da prova após a passagem pelo quartel embora conseguisse correr (tal como esperava) fui surpreendido pela muita lama existente na parte do percurso plano junto ao rio, a qual me fez perder algum tempo com que não contava de todo perder, também no quartel perdi mais tempo do que aquele que esperava.
Acima de tudo foi uma experiência muito gratificante, uma sequência de boas recordações, apenas boas recordações, um dia único até hoje na minha vida...

O dia antes:

Viajámos para Ronda no autocarro do "Mundo da Corrida", muitas caras conhecidas, algumas caras novas, viagem longa de quase 10 horas (incluído as habituais paragens) mas ainda assim tranquila e bem agradável de se fazer, a companhia em muito contribuiu para isso.
Uma vez em Ronda foi tempo de assentar arraiais no polidesportivo onde era disponibilizado o solo duro, mais tarde dirigimo-nos para a entrega da minha mochila (a organização permitia que cada atleta se o entendesse enviasse sacos para dois pontos no percurso (km 59 e km 77,5), sacos em que cada um podia colocar aquilo que entendesse poder vir a necessitar), no meu caso decidi enviar apenas um saco para o km 77,5 (o do quartel) com uns ténis e um equipamento tendo-me esquecido de enviar o corta-vento.
Tempo de levantar a minha t-shirt da prova, apreciar a beleza em redor de Ronda e de carregar mais alguns "hidratos" no belo e rápido jantar servido ao estilo militar em tendas de campanha mas com uma óptima qualidade, a massa estava mesmo muito boa.

Mais tarde voltámos para desfrutar do "solo duro", à meia-noite como anunciado as luzes apagaram-se.

[continua]

3 comentários:

.JOSÉ LOPES disse...

Olá António
Renovo os parabéns pela conclusão dessa"aventura" só ao alcance de grandes atletas.

Aguardo a continuação da história

com os cumps
J.Lopes

Samuel disse...

António

O nosso limite é do tamanho da nossa força vontade.

Mais um vez´parabéns!

Milton disse...

António,
Muitos parabéns por teres passado mais um teste aos teus limites fisicos e mentais.
Abraço e boa recuperação.
Milton
http://runningroutes.blogspot.com/