Ninguém sabe andar na rua como as crianças.
Para elas é sempre uma novidade, é uma constante festa transpor umbrais.
Sair à rua é para elas muito mais do que sair à rua.
Vão com o vento. Não vão a nenhum sítio determinado, não se defendem dos olhares das outras pessoas e nem sequer, em dias escuros, a tempestade se reduz, como para a gente crescida, a um obstáculo que se opõe ao guarda-chuva. Abrem-se à aragem. Não projectam sobre as pedras, sobre as árvores, sobre as outras pessoas que passam, cuidados que não têm.
Vão com a mãe à loja, mas apesar disso vão sempre muito mais longe.
E nem sequer sabem que são a alegria de quem as vê passar e desaparecer.
Nota) No Dia Mundial da Criança as palavras de Ruy Belo.
2 comentários:
É uma pena deixar-mos de olhar como as crianças.
Vim conhecer teu espaço. Gostei muito, virei te visitar mais vezes. Parabéns pela performance. Meu carinho.
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