Mais uma vez voltei a Mérida para participar nas “LXVII
Millas Romanas”, o equivalente a aproximadamente 101,5 quilómetros, prova que
este ano teve o seu início como habitualmente a uma sexta-feira mas uma hora
mais cedo, este ano às 20 horas, mantendo-se como tempo limite para terminar as 24 horas.
Na minha oitava vez tive pelo sexto ano consecutivo a companhia do meu homónimo António Almeida com quem nos últimos cinco anos completei a totalidade da prova, este ano a companhia resumiu-se aos 30 quilómetros iniciais, altura a partir da qual seguimos com ritmos totalmente diferentes, ele terminaria com 14 horas e 35 minutos, eu em pouco mais de 18 horas.
Na minha oitava vez tive pelo sexto ano consecutivo a companhia do meu homónimo António Almeida com quem nos últimos cinco anos completei a totalidade da prova, este ano a companhia resumiu-se aos 30 quilómetros iniciais, altura a partir da qual seguimos com ritmos totalmente diferentes, ele terminaria com 14 horas e 35 minutos, eu em pouco mais de 18 horas.
Este ano pela primeira vez o local de partida e de chegada
foi no parque onde se situa o aqueduto de Los Milagros, o percurso circular levou
na sua fase inicial, as várias centenas de participantes a percorrerem a zona
urbana de Mérida, seguiram-se vários quilómetros bastante fáceis junto ao
curso do Rio Guadiana onde existiu um primeiro abastecimento (km 14), quilómetros igualmente fáceis os que se seguiram até Alange (km 24,4).
De seguida surgiu a primeira dificuldade da prova com a
passagem pelo Castelo de Alange, após aconquista do castelo seguiu-se uma inédita passagem pelo balneário de Alange (km 28,7), onde existem umas termas
romanas.
Pouco depois e com cerca de 30 quilómetros percorridos foi
tempo de seguir a solo após o António avançar também ele a solo, nos
quilómetros seguintes surgiu a 2ª dificuldade da prova com a passagem pela
Serra da Calderita.
Após a Caldeirita seguiu-se La Zarza (km 36,2)
onde existiu um abastecimento reforçado no interior de um pavilhão. Bebi um caldo e pouco mais que por essa altura já começava a
recusar alimentos sólidos.
Nas horas seguintes geri bastante e fui sendo ultrapassado
por muitos participantes, passei no abastecimento seguinte, Ctra. Ba-154 (km
45,6), onde praticamente não parei, estava focado em chegar a São Pedro de Mérida
(km 54,2), sabia que aí chegado tinha mais de metade da prova feita e esperava
com isso ganhar algum alento para a 2ª parte da prova.
Foi muito bom pois chegar a São Pedro de Mérida, local onde o abastecimento estava montado no interior de um pavilhão, apesar da muita variedade de sólidos e líquidos fiquei-me pelo chá e donuts, já que a indisposição que tinha sentido nas
últimas horas se bem que tivesse diminuído não tinha passado totalmente. O retomar da prova revelou-se bastante desagradável pela diferença de
temperatura sentida entre o interior do pavilhão e o exterior, ainda que pudesse ter sido
pior se as gotas de chuva que começaram a cair tivessem persistindo. Nessa altura resolvi vestir o impermeável que tinha levado até então na mochila. Até ao
abastecimento seguinte em Cornalvo (km 60,7 km) segui por vezes sem ninguém por
perto o que me levou a redobrar a atenção com as marcações, ainda assim tal não
evitou que a dada altura em que seguia a luz vermelha de um
participante que seguia bem à minha frente não tivesse seguido o trilho certo.
Foi após o abastecimento de Cornalvo (km 60,7) que surgiu a
3ª e última dificuldade maior da prova com as subidas existentes no Parque
Natural do Cornalvo, parque onde nas suas encostas existe uma vasta floresta e
matagal mediterrânico e onde ainda se poderá encontrar o gato selvagem, uma espécie
quase extinta. Na fase inicial no
interior do parque segui por vezes completamente só, fase toda ela em trilhos
bastante estreitos, já numa fase ascendente os trilhos passaram a largos estradões com bastante pedra.
Foi já na fase final dessa subida que o dia começou a ganhar
lugar à noite com a temperatura a manter-se baixa, nessa altura da prova recebi
uma chamada da Isabel a quem coloquei ao corrente do que se tinha passado nas
últimas horas, minutos mais tarde foi o António que me ligou, já tinha chegado
a Aljucén. Eu, após chegar ao topo comecei a correr até ao ponto de
abastecimento que se seguiu em Cuatro Caños (km 69,4), paragem rápida e segui em
direção a Aljucén, já com a mais completa luz do dia fui alternado corrida e
caminhada.
Em Aljucén (km 82,4 km) fomos recebidos com música no
abastecimento situado no interior de um ringue desportivo, aproveitei para me
sentar um pouco enquanto hidratava, passado algum tempo decidi retomar a prova,
pouco depois de o ter feito começou a chover torrencialmente, abriguei-me então
debaixo de um telheiro juntamente com outros dois participantes e aproveitei
para ligar à Isabel, altura em que soube que o António já tinha terminado. Alguns
minutos mais tarde a chuva amainou permitindo o retomar do percurso, este ainda
no interior da povoação. Nos quilómetros seguintes ainda foi chovendo a espaços
embora menos intensamente. Mais uma vez fui alternando corrida e caminhada até
ao abastecimento situado no Lago Proserpina (km 91,4), o que fui continuando a
fazer nos quilómetros seguintes até Carija (km 96,5) e, por fim nos cinco quilómetros
finais até Mérida.
Já no interior do parque onde tínhamos partido no dia
anterior vi ao longe a Vitória que já me esperava para continuar comigo até à
meta, continuei a correr até junto dela, demos as mãos e continuamos até cortar
a linha de chegada onde a Isabel se encontrava de máquina em riste a tirar
fotos.
Pouco depois foi tempo de juntos levantarmos o “nosso”
oitavo miliário, este bem suado mas com um enorme sabor a conquista já que o
meu início de prova excessivamente rápido nos primeiros 30 quilómetros me obrigou
depois a ter que gerir ao longo das horas seguintes os restantes cerca de 70
quilómetros até à meta de modo a conseguir terminar condignamente, o que acho
que terei conseguido.
A terminar endereçar os parabéns ao meu amigo António pela grande
prova que fez e agradecer também à Susana e Daniel pela companhia.
Por fim agradecer ao meu staff cinco estrelas, Isabel e
Vitória, pelas horas sem dormirem, pelas longas horas de espera, pelas palavras,
tónico forte sempre, isto sem vocês não era a mesma coisa.
3 comentários:
Muitos parabéns por mais um grande feito!
Um abraço
Muitos parabéns pela página e pelos relatos e, sobretudo, pela prova. Que "malha" =).
Fiquei fã e já subscrevi =).
Aproveito para lhe divulgar os meus canais de corrida e para o convidar a visitá-los e, caso mereçam a sua apreciação, a subscrevê-los. Um bem haja.
Instagram:
https://www.instagram.com/joao.cb.silva/
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Espetacular, sem dúvida.
Mts parabéns para quem consegue uma proeza destas.
MIKE
Happyrun
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