Na manhã do passado domingo voltei a correr em terras de "nuestros hermanos", tal como há quinze dias, corri uma maratona, agora a da cidade de Sevilha, capital da Andaluzia.
Desta vez também fomos de véspera mas desta feita no autocarro que a Associação Desportiva o Mundo da Corrida organizou para esta deslocação a Sevilha.
Saímos bem cedo de Lisboa, viagem tranquila com 2 paragens pelo caminho, viagem que até deu direito a recordar a ultima maratona pois passámos por Badajoz, a meio caminho entre Badajoz e Sevilha também a sermos surpreendidos pela presença da neve na paisagem.
Já em Sevilha foi tempo de levantar os dorsais e quase de seguida "carregar" alguns hidratos, a um tranquilo resto de tarde, a novo carregar de hidratos e a terminar o dia com muita animação a que nem faltou "sombras chinesas" na agradável companhia das famílias Mota e Adelino.
Domingo, dia de Maratona, também dia muito frio, chegámos ao Estádio Olímpico de Sevilha ainda noite cerrada, o pessoal que ia correr foi-se dirigindo para o estádio, os acompanhantes ainda ficaram mais algum tempo no interior no autocarro, depois de me despedir das minhas meninas também eu segui em direcção ao estádio.
Já no interior no estádio deu para começar a sentir o ambiente em redor da corrida e característico de maratonas já com a dimensão da de Sevilha.
Devido ao muito frio que se fazia sentir comecei a aquecer bem cedo, primeiro nos túneis interiores do estádio durante o qual fui tendo a companhia do Adelino, do Costa e do Andrade, uns largos minutos antes das 9 horas prossegui com o aquecimento já na pista do estádio, por lá encontrei os "Britos" e outros companheiros do grupo deles, ainda tempo para algumas fotos e algumas palavras.
Hora de partida, primeiros metros corridos na pista no estádio e logo depois a saída do mesmo pelo túnel, um grande aglomerado de atletas e um continuar naqueles metros iniciais quase a passo, qual guerreiros que iam para a batalha os atletas iam entoando um cântico…
A saída do túnel, muitas pessoas a assistirem, ainda alguma dificuldade em começar a correr a um ritmo certo, completei o 1º km já bem acima dos 6 minutos.
Já na primeira das muitas, largas e longas rectas que percorremos, aos poucos entrei no ritmo que pretendia, sensivelmente ao quilómetro 5 passei pelo ponto onde estava a Isabel e a Vitória na companhia dos outros apoiantes, momentos de festa, alegres, contagiantes…
Continuei com o objectivo de chegar confortavelmente à meia, onde passei com 1h51'14'' (sensivelmente igual ao tempo de passagem em Badajoz), nos quilómetros seguintes fui apanhado pelo José Carlos Fernandes (do grupo do Brito), conversámos durante alguns metros mas ele vinha rápido demais para mim e nem tentei seguir junto com ele, à passagem ao quilómetro 25 verifiquei que estava com um tempo muito idêntico ao de Badajoz, nos quilómetros seguintes fui alcançando alguns atletas mas sem conseguir encaixar num grupo, por vezes para tentar manter o ritmo a que seguia tinha que avançar sozinho, ao quilómetro 30 mais uma vez verifiquei que estava com um tempo muito idêntico ao de Badajoz, por volta do quilómetro 33 decidi beber a água que tinha recebido no abastecimento anterior pelo que seguia a um ritmo ligeiramente inferior ao que tinha vindo nos últimos quilómetros, fui aí apanhado por um grupo de seis atletas que vinham a um bom ritmo, decidi seguir na sua cola, eram todos espanhóis, ainda que verificasse que seguiam a um ritmo bem abaixo dos 5 min/km decidi seguir junto deles, nessa fase fomos sempre passando muitos atletas, por volta do km 35 do grupo dos seis espanhóis houve 2 que ficaram para trás, pouco depois, por volta do km 37, descolou um terceiro, quase de seguida mais um, dos seis o grupo tinha ficado reduzido a dois, ainda assim continuavam a um bom ritmo e eu junto deles mas logo depois um encostou e abandonou a corrida, provavelmente estava só a fazer parte da prova como treino, segui ainda durante algumas centenas de metros junto ao que tinha ficado mas ainda antes do km 38 verifiquei que ele não me conseguia acompanhar e lá tive que continuar sozinho, nessa fase sentia-me muito bem e tentei que o ritmo que tinha vindo até então não caísse muito, fui continuando a passar muitos atletas, algumas caras conhecida, primeiro o José Magro, pouco depois o Fernando Andrade.
À medida que os quilómetros iam passando aumentava o número de atletas que seguiam com evidentes dificuldades, alguns a passo, já bem perto do estádio comecei a ouvir a festa que se ia fazendo no interior no mesmo.
Passei a placa com o número 41, dois espanhóis ultrapassaram-me nessa altura, seguiam muito bem, aproveitei a boleia e tentei seguir com eles, na entrada no túnel quis-me parecer que reduziram o andamento, eu continuei no embalo na descida e vivi a cena tantas vezes vista em tantos jogos olímpicos a que assisto há tantos e tantos anos, quero agora lembrar-me de mais pormenores mas só me recordo de sentir uma emoção difícil de descrever e que talvez só alguns dos que já passaram ali no túnel poderão entender, entrei na pista, senti a suavidade do tartan, senti-me renascer, estiquei a passada, curva feita, continuei em direcção à linha de chegada, olhei para a bancada, muita gente, muitos aplausos, olhei em frente, um último sprint na tentativa de "bater" as 3h40', cortei a meta, olhei de novo na direcção na bancada, por fim vi as minhas meninas, também o resto da claque que iam fazendo uma grande festa, acenei e disse adeus, a Vitória disse-me também adeus, comecei aos saltos, fiz também eu ali a festa, pessoas da organização mandaram-me depois seguir em frente…
À saída colocaram-me uma toalha pelas costas, continuei a andar, sentei-me para tirar o chip, logo um jovem fez tenção de me ajudar, agradeci-lhe mas disse-lhe que não era necessário, coloquei o chip numa nas caixas e saí daquela zona, logo depois passei pelo local onde estavam a entregar as medalhas, uma jovem colocou-me a bonita medalha ao pescoço, continuei a andar enquanto ia olhando a medalha, feliz por mais uma maratona corrida, a minha sexta maratona.
Desta vez também fomos de véspera mas desta feita no autocarro que a Associação Desportiva o Mundo da Corrida organizou para esta deslocação a Sevilha.
Saímos bem cedo de Lisboa, viagem tranquila com 2 paragens pelo caminho, viagem que até deu direito a recordar a ultima maratona pois passámos por Badajoz, a meio caminho entre Badajoz e Sevilha também a sermos surpreendidos pela presença da neve na paisagem.
Já em Sevilha foi tempo de levantar os dorsais e quase de seguida "carregar" alguns hidratos, a um tranquilo resto de tarde, a novo carregar de hidratos e a terminar o dia com muita animação a que nem faltou "sombras chinesas" na agradável companhia das famílias Mota e Adelino.
Domingo, dia de Maratona, também dia muito frio, chegámos ao Estádio Olímpico de Sevilha ainda noite cerrada, o pessoal que ia correr foi-se dirigindo para o estádio, os acompanhantes ainda ficaram mais algum tempo no interior no autocarro, depois de me despedir das minhas meninas também eu segui em direcção ao estádio.
Já no interior no estádio deu para começar a sentir o ambiente em redor da corrida e característico de maratonas já com a dimensão da de Sevilha.
Devido ao muito frio que se fazia sentir comecei a aquecer bem cedo, primeiro nos túneis interiores do estádio durante o qual fui tendo a companhia do Adelino, do Costa e do Andrade, uns largos minutos antes das 9 horas prossegui com o aquecimento já na pista do estádio, por lá encontrei os "Britos" e outros companheiros do grupo deles, ainda tempo para algumas fotos e algumas palavras.
Hora de partida, primeiros metros corridos na pista no estádio e logo depois a saída do mesmo pelo túnel, um grande aglomerado de atletas e um continuar naqueles metros iniciais quase a passo, qual guerreiros que iam para a batalha os atletas iam entoando um cântico…
A saída do túnel, muitas pessoas a assistirem, ainda alguma dificuldade em começar a correr a um ritmo certo, completei o 1º km já bem acima dos 6 minutos.
Já na primeira das muitas, largas e longas rectas que percorremos, aos poucos entrei no ritmo que pretendia, sensivelmente ao quilómetro 5 passei pelo ponto onde estava a Isabel e a Vitória na companhia dos outros apoiantes, momentos de festa, alegres, contagiantes…
Continuei com o objectivo de chegar confortavelmente à meia, onde passei com 1h51'14'' (sensivelmente igual ao tempo de passagem em Badajoz), nos quilómetros seguintes fui apanhado pelo José Carlos Fernandes (do grupo do Brito), conversámos durante alguns metros mas ele vinha rápido demais para mim e nem tentei seguir junto com ele, à passagem ao quilómetro 25 verifiquei que estava com um tempo muito idêntico ao de Badajoz, nos quilómetros seguintes fui alcançando alguns atletas mas sem conseguir encaixar num grupo, por vezes para tentar manter o ritmo a que seguia tinha que avançar sozinho, ao quilómetro 30 mais uma vez verifiquei que estava com um tempo muito idêntico ao de Badajoz, por volta do quilómetro 33 decidi beber a água que tinha recebido no abastecimento anterior pelo que seguia a um ritmo ligeiramente inferior ao que tinha vindo nos últimos quilómetros, fui aí apanhado por um grupo de seis atletas que vinham a um bom ritmo, decidi seguir na sua cola, eram todos espanhóis, ainda que verificasse que seguiam a um ritmo bem abaixo dos 5 min/km decidi seguir junto deles, nessa fase fomos sempre passando muitos atletas, por volta do km 35 do grupo dos seis espanhóis houve 2 que ficaram para trás, pouco depois, por volta do km 37, descolou um terceiro, quase de seguida mais um, dos seis o grupo tinha ficado reduzido a dois, ainda assim continuavam a um bom ritmo e eu junto deles mas logo depois um encostou e abandonou a corrida, provavelmente estava só a fazer parte da prova como treino, segui ainda durante algumas centenas de metros junto ao que tinha ficado mas ainda antes do km 38 verifiquei que ele não me conseguia acompanhar e lá tive que continuar sozinho, nessa fase sentia-me muito bem e tentei que o ritmo que tinha vindo até então não caísse muito, fui continuando a passar muitos atletas, algumas caras conhecida, primeiro o José Magro, pouco depois o Fernando Andrade.
À medida que os quilómetros iam passando aumentava o número de atletas que seguiam com evidentes dificuldades, alguns a passo, já bem perto do estádio comecei a ouvir a festa que se ia fazendo no interior no mesmo.
Passei a placa com o número 41, dois espanhóis ultrapassaram-me nessa altura, seguiam muito bem, aproveitei a boleia e tentei seguir com eles, na entrada no túnel quis-me parecer que reduziram o andamento, eu continuei no embalo na descida e vivi a cena tantas vezes vista em tantos jogos olímpicos a que assisto há tantos e tantos anos, quero agora lembrar-me de mais pormenores mas só me recordo de sentir uma emoção difícil de descrever e que talvez só alguns dos que já passaram ali no túnel poderão entender, entrei na pista, senti a suavidade do tartan, senti-me renascer, estiquei a passada, curva feita, continuei em direcção à linha de chegada, olhei para a bancada, muita gente, muitos aplausos, olhei em frente, um último sprint na tentativa de "bater" as 3h40', cortei a meta, olhei de novo na direcção na bancada, por fim vi as minhas meninas, também o resto da claque que iam fazendo uma grande festa, acenei e disse adeus, a Vitória disse-me também adeus, comecei aos saltos, fiz também eu ali a festa, pessoas da organização mandaram-me depois seguir em frente…
À saída colocaram-me uma toalha pelas costas, continuei a andar, sentei-me para tirar o chip, logo um jovem fez tenção de me ajudar, agradeci-lhe mas disse-lhe que não era necessário, coloquei o chip numa nas caixas e saí daquela zona, logo depois passei pelo local onde estavam a entregar as medalhas, uma jovem colocou-me a bonita medalha ao pescoço, continuei a andar enquanto ia olhando a medalha, feliz por mais uma maratona corrida, a minha sexta maratona.
Antes da partida rumo a Sevilha:
Já em Sevilha, grupo que viajou no autocarro:
Manhã da maratona, à chegada nas imediações do estádio:
Na passagem ao km 5:
A fantástica claque de apoio:
Na festa da clausura:
As outras maratonas aqui: Primeira, Segunda, Terceira, Quarta e Quinta.
15 comentários:
Bravo, amigo António.
Meia dúzia estão no papo e sempre em crescendo. Parabéns.
Agora diga-me :- Haverá corrida mais fascinante do que a Maratona ?
(ao jeito daquelas frases dos pacotinhos de açúcar,ehehe).
Grande abraço e...venha a próxima.
Talvez Carlos Lopes, talvez Madrid.
António
Estavamos em Cascais em conversa e ao tempo gelado que se fazia sentir, perguntamos como estaria o tempo em Sevilha.
Pelo que descreves estava também um frio dum catano!
:)))
Bela descrição da prova, um tempo feito espectacular, e como diz o Fernando, sempre em crescendo. Um apoio fenomenal da família e amigos e até um agradecimento dos nuestros hermanos à comitiva portuguesa.
Imagino a tua alegria. Ainda bem que tudo correu bem e lá nos encontraremos nos trilhos de Almourol.
Abraços!
Que dizer? Brilhante, António; não sei de onde vem tanta força.
Um abraço.
Olá António!
O resumo perfeito da jornada em Sevilha.
Foi para mim um recordar dos momentos que também tive a alegria de viver.
Grande abraço,
Luís mota
É tão bom não é António?
Recordo, não Sevilha, que nunca a fiz, mas simplesmente a Maratona, através das tuas palavras relembro, sinto, e renasce dentro de mim uma vontade que ouço a sussurrar-me muito baixinho que tenho de voltar.
Parabéns pela prova e pelas palavras a levarem-nos...
Beijinhos para ti e para as meninas
Ana Maria
Bonito relato da Maratona amigo António, com a confiança de ter feito bem os trabalhos de casa só podia sair aquela prova extraordinária.
Renovo os parabéns e agradecer o convívio possível passado no fim de Semana.
Abraços.
De novo plagiando o José Man,
Companheiros da minha estrada,
Andrade,
claro que não, Madrid? Sonho antigo.
Mário,
é como disses, o apoio da família (meninas) para mim é bem precioso.
Meixedo,
não sei se falas a sério se a brincar, força? Qual força?
Mota,
companheiro de jornada, voaste em Sevilha, obrigado pela companhia.
Maria,
mais que os parabéns pela prova agradeço-te as outras palavras, é bom saber que alguém corre connosco.
Adelino,
foi de facto uma prova extraordinária, partir, desfrutar e sorrir no fim, para mim tem que ser assim.
Mais uma vez muito bom ter o "pára" como companheiro de jornada.
A todos muito obrigado pelas vossas palavras, de atletas, de maratonistas...
Aquele abraço do vosso companheiro de estrada, o homem que corre.
António,
Muitos parabéns pela excelente prova e pelo belo relato que nos deixaste. Um dia espero correr uma maratona que termine num estádio para também sentir essa sensação!
abraço
MPaiva
Miguel
pelo que conheço de ti estou certo vai ser um momento que viverás intensamente.
Abraço.
Foi mais uma vez um prazer partilhar alguns minutos na tua companhia.
Foi um bom resutado, não esquecer que 15 dias não é suficiente para se recuperar de uma maratona (excepto se for o Mota)
Bons treinos
Caro, António
Apesar de não ter andado muito por cá, não deixo de acompanhar as suas palavras.
Boa corrida, aliás o António está a ficar um verdadeiro maratonista.
Ao ler as suas palavras ficou com saudades da Maratona de Sevilha que corri em 2008.
Talvez para o ano regresse à Andaluzia e leve comigo uma comitiva!
Abraço
José Capela
Grande maratonista
estás em grande forma e com uma motivação imbatível. tenho a certeza de que vêm a caminho desafios ainda mais aliciantes.
muitos parabéns e obrigado pela descrição. já só temos vontade de também entrar no túnel e ver a snossas meninas e meninos a torcerem e a festejarem connosco.
grande abraço
ab - tartaruga
Grande António Almeida;
Com esse curriculo de maratonas é mesmo sensacional.
Parabéns pela prova, e da tática utilizada.
Um abraco amigo do Xavier
Brito,
igualmente um prazer estar na vossa companhia na linha de partida de mais uma maratona (depois do Porto), esta especial por ser além-fronteiras se bem que nem parecesse tantos eram os "tugas".
Capela,
essas palavras vindas de um verdadeiro maratonista quase que me convencem, mas estou a fazer por isso, a maratona é decididamente a prova que mais gozo me dá correr.
António,
obrigado pelas tuas palavras sempre presentes mesmo além-fonteiras.
Xavier,
obrigado pelas palavras, correr maratonas tem sido fácil mas de facto a "táctica" tem ajudado.
Grande abraço aos 4.
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