sábado, 26 de maio de 2012

1º Ultra-trail Serra de São Mamede (Palavras, 2ª parte).

Do PAC4 ao PAC5 (P. Espada, 48 km):
Hora de chegada ao PAC5à11:03 (7h03' de tempo de prova)
Este troço ao contrário do anterior começou logo a subir, fase durante a qual apanhei e ganhei algum avanço ao Joaquim, fase em que despi também o impermeável com que tinha vindo desde a hora da partida.
Seguiu-se uma fase a descer bem fácil em que passei pelo Brito que seguia a passo e me disse que tinha que desistir pois estava com problemas de ordem física que o impediam de correr, fiquei triste por ele, disse-lhe que tinha corrido algum tempo com a Otília e que ela vinha bem, depois segui.
Já na última fase deste troço, de novo a subir, alcancei já muito perto da zona de abastecimento um grupo que incluía a Teresa Afonso, Carlos Couto, Artur (das Lebres), Jorge Pereira (do clube BES) e uma outra atleta que não sei o nome.
Neste abastecimento havia mais uma vez simpatia a rodos, também um ou dois fogareiros a gás onde se assavam bifanas e chouriço, queijinho da terra e "minis".
Depois de comer e beber, de um dos elementos lá presentes me ter dito quando me sentei para ver o estado dos pés para estar à vontade, para me considerar em minha casa, lá segui numa altura em que o grupo que anteriormente tinha apanhado já ter seguido (de todos só viria a ver ainda no decorrer da prova o Jorge Pereira) e sem que os meus companheiros mais frequentes das primeiras horas (Joaquim e Grupo da Célia) ali tivessem chegado.

Do PAC5 ao PAC6 (Marvão, 58 km):
Hora de chegada ao PAC6à13:34 (9h34' de tempo de prova)
Ao recomeçar pensei que o ponto seguinte seria Marvão, sabia que não era pêra doce o que nos esperava mas saber que teria a Isabel e a Vitória em Marvão levou-me a partir com a moral bem em alta, troço que fiz praticamente sem ninguém por perto, quer na fase inicial relativamente fácil, quer na fase intermédia onde contornámos todo o Castelo de Marvão, fase em que tivemos que passar por dentro de um rio...
Já na fase de aproximação à zona urbana de Marvão já bem a pique apanhei o Jorge Pereira e um outro companheiro (penso que madeirense) e com eles segui, segundo a informação dos seus "gps" (eu usei apenas um relógio já que o meu "garmin" está no estaleiro) estávamos bem perto dos 58 quilómetros de prova pelo que estaríamos quase a entrar no castelo onde íamos ter o abastecimento.  
Por fim já bem perto do castelo começámos a subir uma escada de acesso ao mesmo, mas fomos então surpreendidos com a indicação dada por um elemento da organização de que o caminho não era por ali, indicou-nos que teríamos que descer e seguir as fitas que efectivamente lá estavam, o que fizemos, umas dezenas de metros andados e porque não havia meio de ver o fim da descida, deixámos mesmo de ter o castelo no nosso campo de visão, começamos a pensar se não estaríamos a seguir o caminho de saída…
Mas não, estávamos de facto no trilho certo pois depois de bem descer lá vimos a indicação para cortar para a nossa esquerda seguindo-se depois uma subida as castelo por uma vereda bem a pique, esta terá sido para mim a fase mais complicada da prova, tive mesmo que parar uma ou duas vezes durante a subida, o ter estado antes tão perto do castelo não ajudou nada…
Por fim a porta por onde entraríamos no castelo à vista, a Isabel por perto com a máquina fotográfica na mão, da minha parte apenas um esboço de um sorrisso, já dentro do castelo vi a Vitória que estava por perto da Paula Fonseca, esta deu-me logo ali um bolo tal devia ser o meu ar de exaustão.
Segui depois a passo com a Vitória pela mão, altura em que passaram por nós vários participantes entre os quais o Joaquim e o grupo da Célia.



Já nas escadas que davam acesso ao PAC6 (oficialmente estaria no km58 mas na realidade esteve já acima do km60) vi o amigo João Bucho (atleta do ACP ainda que a residir actualmente em Lisboa, ia tomando nota do número de dorsal dos que iam chegando), João Bucho que conheci recentemente e que é pai de um menino da creche onde a Isabel trabalha.
Tratei logo de ir comer, o amigo Ico ainda por lá estava e ainda deu para tirar uma foto antes de ele retomar a sua prova.

Se bem que aquém do que esperava encontrar, para mim foi mesmo o abastecimento menos bom, acabei por conseguir compor uma refeição que me satisfez plenamente.
De seguida tratei de mudar calmamente de roupa sem esquecer de verificar o estado dos pés que felizmente apesar de encarquilhados quanto ao resto estavam bem.
Antes de retomar a minha prova tempo ainda de beber um café na esplanada por cima do abastecimento na companhia da Vitória, da Isabel e da Paula que por essa hora almoçavam naquele local.
Numa última olhadela pela sala do abastecimento vi então por lá a Otília, troquei algumas palavras com ela, falámos do Brito, de seguida e depois das últimas despedidas naquele local retomei a prova numa altura em que todos os que tinham chegado pouco antes ou depois de mim já o tinham feito.
Do PAC6 ao PAC7 (Carreiras, 67 km):
Hora de chegada ao PAC7à15:45 (11h45' de tempo de prova)
Quase de imediato deparei com uma descida na célebre calçada medieval que nos haveria de fazer companhia nas próximas horas, naquela fase foram cerca de 3 quilómetros em que praticamente não corri pois sempre que o tentava sentia fortes dores nos pés.
Já na fase plana que se seguiu em que percorremos uma zona ajardinada junto às piscinas recomecei por fim a correr, a dada altura de um dos cafés lá existente vejo sair um trio com quem haveria de seguir nos próximos quilómetros, o meu companheiro de equipa Hélder Tomé acompanhado do Luís Sousa e do Luís Duarte (atletas das Asas do Milénium).
De trio passámos a quarteto e os quilómetros seguintes acabaram por se passarem bastante bem, trotando nas descidas e nas rectas que iam surgindo, andando nas subidas, sempre na galhofa, lá chegámos ao PAC 7 (oficialmente estaria no km67 mas na realidade esteve por volta do km70).
Tempo suficiente para beber e comer alguma coisa, para algumas palavras com o pessoal que por lá estava e segui com os meus companheiros dos últimos quilómetros para o troço seguinte de novo com a moral em crescendo pois sabia que teria de novo a Isabel e a Vitória nesse ponto.

[Fotos de Isabel Almeida]
[continua]

4 comentários:

joaquim adelino disse...

Estou a gostar António, apenas uma rectificação, o PAC 7 estava aos 68kms. Castelo de Vide esse sim estaria aos 77 kms. Aguardo o resto, abraço.

António Almeida disse...

Obrigado Joaquim, escrevi ontem à noite já com sono, vou corrigir.
Abraço.

luis mota disse...

Parabéns António.
Passado uma semana e parece que foi agora.
Excelente texto, António. Aguardo pela emoção da Chegada!

mariolima52 disse...

António

Mais uma etapa e afinal o castelo de Marvão tão perto e tão longe.

:)